O mês de junho quase passou batido hein? Falta de tempo é uma merda.
Enfim, Ninja Gaiden Sigma foi uma experiência alucinante. Não mais do que quem jogou a versão original ou a Black do Xbox.
Como eu já falei por aqui, eu gostei muito do jogo. E ele nada mais é que uma versão mais justa e equilibrada do reboot do NG original e do remake Ninja Gaiden Black.
Então, depois de jogar o remake do remake do reboot, foi a vez de jogar o segundo jogo do reboot.
Bom, pra quem jogou no Xbox 360, saiba que sim, tem bastante diferença e eu como tenho ambos os consoles, fiz o favor de retratar à vocês como são essas diferenças.
O motivo é óbvio: porque sim. Afinal, por que não?
Eu hein...
Seguinte, a história é tão ruim quanto a do primeiro, vocês podem ignorá-la por completo. Tal como Devil May Cry 3, a função da "história" de Ninja Gaiden II/Sigma 2 é simplesmente "estar lá", nada além disso.
Ressuscitar o Archfiend... Usando a Demon Stone e... Ah, quem se importa? Tudo que você precisa saber é que é bem melhor que Final Fantasy XIII. Mas isso não é lá muito difícil, certo? A diferença é que a do NG2 é só ruim, não há pretensão alguma nela.
Tudo que essa "história" serve é pra mostrar cutscenes legais e curtas das quais vimos o fator badass de Ryu, como esse cara é foda. Pular de um prédio pro outro sem para-quedas não é pra qualquer um mesmo.
A história de NG2 é tão profunda quanto de qualquer Final Fight, é um pretexto pra sair espancando (no caso aqui, fatiando) tudo que se move e a diferença ta na censura, se você jogou Ninja Gaiden II no seu 360, provavelmente deixou aquela sua tia sensível morrendo de medo quando ela olhou pra tela e a fez entrar em desespero com tamanho banho de sangue que encontrou.
É sangue pra lá, pra cá, pra cima, pra baixo e até mesmo onde não era pra sangrar sai sangue e todo mundo fica feliz. Sua tia sensível fica "feliz", seu pai vê aquele jogo pra macho e fica feliz, e você, o jogador que se matou pra aprender a jogar também ficou feliz.
Todo mundo fica bem.
Porém, se você jogou o Sigma 2... Provavelmente ficou menos feliz.
Afinal de contas, Sigma 2 é uma versão MUITO censurada do II. Botaram gráficos melhores e usaram a arquitetura limitada do PS3 como vantagem. No II haviam muitos inimigos na tela, em média cada parte tinha entre 7 a 9 inimigos com IA muito alta, no PS3 o máximo que enfrentamos é em torno de 5 a 7 porém com uma IA ainda maior.
Mas ainda assim... É MUITA CENSURA! Sai cerca de 20% da quantidade de sangue do original e quando você corta um membro sai uma FUMAÇA ROXA no lugar.
Uma fumaça roxa? Sério? Pera... Vou decepar algum membro do meu corpo pra ver se sai algo que justifique essa bosta.
WHAT THE FUCK?!?!
Sério, é muito estranho decapitar e desmembrar seres vivos sem sangue e não ver os membros no chão. É estranho como cheguei a rir de ver os braços e pernas sumindo do nada tipo as famosas espuminhas de Kamen Rider. É ridículo. Somente ridículo.
Mas por sorte, não alteram a qualidade do game, é um dos poucos casos onde mesmo a censura boba e exacerbada não conseguiu estragar a essência do game.
Em termos musicais, Ninja Gaiden II também faz bonito, o Sigma 2 usa a mesmíssima OST porém com umas poucas músicas novas pras fases adicionais que jogamos com Momiji, Rachel e Ayane.
Essas garotas foram incluídas na versão Sigma 2 porque a Tecmo não gostava da ideia de fazer um jogo exclusivo pra um console ocidental, quando portou pro oriental ela botou extras pra justificar uma nova compra dos que possuíam os dois consoles e pra fazer com que os jogadores do PS3 se sentissem jogando uma versão melhor que a concorrente.
O pior de tudo, eles conseguiram. O jogo é realmente mais balanceado, relativamente mais justo e ainda tem mais personagens pra se brincar na campanha e no modo Team Missions.
Ele tem uma vida útil maior, então acaba por ser melhor tecnicamente.
Porém... Tem suas outras diferenças que talvez façam você pensar duas vezes antes de dizer qual é a melhor versão. Por exemplo, o gráfico no PS3 é mais vivo e colorido e no Xbox 360 é mais pálido.
Convenhamos, qual é o clichê do ninja? Aquele clima japonês com tudo pálido, então obviamente o conceito das cores mais apagadas funciona melhor e soa mais bonito e natural pro jogo e seu contexto. Eu não sei porque diabos alteraram isso, no PS3 é feio? Não. É bem bonito até, mas no Xbox é mais agradável aos olhos, se é que me entendem. Esse aspecto ao menos é meramente visual, as diferenças significativas vão pouco além.
No gameplay em geral, temos as mesmas armas, o mesmo modo de jogar e no PS3 quando achamos a loja de armas, temos direito à somente UM upgrade e mais nada, como o jogo tem IA aumentada, seu foco será juntar orbs pra comprar itens de cura. É um desafio maior e recompensado de forma justa. No 360 as coisas são um pouco diferentes, o uso de orbs é igual ao Black/Sigma, ou seja, com eles você compra tudo, inclusive itens de cura e usam pra upgrade das armas, tornando assim o jogo mais difícil no ponto de coleta porém mais acessível por causa da IA levemente menor, sendo assim compensada no número maior de inimigos.
Convenhamos, apesar da IA maior no PS3, no 360 dá mais trabalho de modo geral. Mas são desafios de formas diferentes.
Há também um outro fator, apesar das fases com Momiji, Ayane e Rachel serem legais, elas são uma levíssima quebra de ritmo do jogo, tal como da Rachel no Sigma 1, mas convenhamos elas tem mecânicas muito boas e tudo, desafio alto mas não fariam tanta diferença assim na campanha.
Porque você ta adaptado à um personagem, e de repente começa a apanhar por não ter total domínio do outro, querendo ou não, elas não fazem aqueeeeela diferença. São bons acréscimos pra mim que prefiro uma vida útil de um bom jogo maior, mas pra aqueles que simplesmente preferem uma campanha mais sólida sem desfocar tanto, pode ser um pé afundando as bolas pro centro do seu corpo.
Tais diferenças ajudam no jogador que tem as duas versões a comprar as duas ou escolher uma delas, e eu particularmente pretendo comprar a do Xbox 360 original, foda é achar. Mas a piratinha eu já garanti pelo menos.
Olha esse lindo sorriso. Sim, sorriso. |
Um fator que mudou drasticamente foram as músicas. No original antes do Reboot as músicas tinham mais fator de ambientação do que música em si, o Sigma ganhou músicas novas e tão marcantes quanto Confrontation por exemplo. Apesar de não ser perfeita, ela é marcante e tem muito destaque por misturar de forma impecável rock, tecno e instrumentos japoneses causando drama e tensão nas horas dos combates com muitos inimigos ou chefes.
No 2, a coisa mudou um bocado, sendo um ar mais moderno, apesar de seguir a linha do Sigma 1, porém isso causou uma mudança absurda nos sons, ainda tem aquelas que mantém a tradição como A Renaissance, mas no geral mudou pra caralho e eu fiquei surpreso de como ficou diferente porém totalmente funcional. E um exemplo claro de música nova é a Standing Tall.
Um detalhe que muita gente reclamou, inclusive eu no Sigma 1 é a câmera. Convenhamos que quase todo hack'n'slash que tenha mais refinamento que os padrões casuais como God of War sofrem por câmeras horríveis.
Vejamos: Devil May Cry 3 e 4, Metal Gear Rising, Ninja Gaiden Black/Sigma e II/Sigma 2, e por aí vai.
Jogos com foco na mecânica e construção de combos de forma livre e equilibrada geralmente sofrem com a câmera porque elas tem de ser livres e não fixas, por isso a câmera de God of War funciona que é uma beleza. E antes que me xinguem, eu gosto de God of War.
Mas no II/Sigma 2 ao menos te deram o mínimo, um botão que centraliza a câmera tal como o Sigma/Black, que é o que me salvava, e colocaram o outro básico que é te dar a opção de manipular a velocidade do giro. Não venha com essa frescura de "ah eu não mexo em opções". Se você pode alterar a seu gosto, altere, a menos que a alteração não funcione, sua reclamação é só um choro. Tanto que eu achei a câmera do Sigma 2 e do Metal Gear Rising lentas, aumentei a velocidade e nunca mais elas foram problema.
Quanto ao gameplay, acreditam que ta melhor? Se você jogou o Black/Sigma e nunca teve contato com o II/Sigma 2 deve se perguntar se isso é possível. E eu digo: Sim!
Incrível como Itagaki conseguiu criar um sistema ainda melhor e mais direto que do primeiro jogo. Tem o mesmo número de armas, ou seja, 10. Porém elas são mais variadas. Porque por exemplo, antes tínhamos nunchaku e flail, elas não são idênticas mas o modo de bater com elas é bem próximo, então tiraram o nunchaku e colocaram coisas novas como garras, foice e principalmente armas como a Kusari-Gama, uma arma que é uma lâmina de foice com uma corrente e uma pedra na outra ponta da corrente. É simplesmente MUITO foda ver Ryu batendo com ela.
Mas no geral, é o mesmo, mecânica refinada ao extremo, combos de difícil execução, porém apesar de tudo é um jogo altamente punitivo onde cada falha sua é refletida num belo golpe bem dado que pode gerar sua morte ou algo próximo disso.
Não, Ninja Gaiden não é um jogo injusto, eles te dão ferramentas até demais (se for considerar lógica) contra os inimigos, a diferença é que eles tem comportamento, eles analisam a sua estratégia e jamais saem por aí repetindo o mesmo erro. Exemplo claro: você enfrenta 5 inimigos, eles notaram que você ataca demais e mais esquiva do que defende, os próximos inimigos vão levar isso em conta. Por isso Ninja Gaiden é um constante aprendizado de como se jogar, repetir a mesma tática é um tremendo erro.
A jogatina é frenética mas exige timing, dedicação, defesa na hora certa, conta-ataques e por aí vai. O mais legal é que assim como no primeiro, cada chefe é um aprendizado de uma nova mecânica, seguindo os preceitos de jogos como DMC3 ou MGR.
Mas uma coisa mudou, Ninja Gaiden Black/Sigma tem mais clima de aventura, leve exploração, pra upar o life de Ryu é necessário juntar algumas esferas e com o tempo elas aumentam levemente a life bar, mas o II/Sigma 2 não, ele difere nesse ponto, sendo ainda mais linear e tendo menos exploração, ele é literalmente uma linha reta onde até mesmo os itens de ampliar a barra de life são adquiridos de forma simples, achou no baú, aumenta e pronto.
Se você apesar de tudo, prefere uma aventura, talvez goste mais do Sigma/Black mas se você joga hack'n'slash por mecânica e desafio, o II/Sigma 2 vai ser um prato cheio de lutas e derrotas pra você, é muito prazeroso entender como funciona a mecânica de cada chefe e usar isso à nosso favor.
Foi por conta da segunda opção que eu curti mais o Sigma 2 que o Sigma 1. Aventura é sempre bom mas em jogos com fundações básicas e centralizadas em mecânicas como hack'n'slash, quando mais tático e desafiador for, melhor. Porque independente dos poucos erros do jogo (tal como a câmera, curva de aprendizado bem complicada apesar de bem feita, e etc), ele acaba se saindo um jogo pouco melhor.
As batalhas com chefes no Sigma 1 são mais interessantes, porém o clima de aventura pesa bastante, cabe à você escolher qual prefere. Mas confesso, jogar NG Sigma 2 foi muito gratificante, mesmo com toda a censura imbecil que ele tem. Mesmo com todos os erros, mesmo com a mudança das músicas.
É um jogo refinado, afiado, pra verdadeiros fãs de hack'n'slash e da série (no caso, do reboot), mas entendam, preferir o Sigma 1 é compreensível, ele é tão bom quanto porém usando um outro tipo de essência, e a vantagem é que temos dois jogos parecidos na teoria mas totalmente diferentes na prática.
Seria uma pena se o Itagaki tivesse saído pouco antes da conclusão do segundo game e o terceiro caísse em mãos erradas.
Se Ninja Gaiden 3 é um horror? Sim. Ele é. Mas é assunto pra outro dia. Preciso de tempo pra digerir aquela merda, jogar o Razor's Edge e falar dos dois num só post.
Mas os dois primeiros são excelentes, confiem em mim. Selo Juninho chato de qualidade.
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